#SemanaSilo - Autopublicação?

11 de abril de 2014

Post por Tassi Reis


Como vocês já devem ter lido nos outros posts dessa #SemanaSilo, o livro de Hugh Howey foi publicado primeiro de forma independente, através do Kindle Direct Publishing da Amazon, e foi lá que ele chamou atenção o suficiente pra conseguir uma agente e um contrato para a publicação de “Silo” em formato físico.

O Hugh optou pela autopublicação porque escrevia para si mesmo, sem muitas pretensões de conseguir uma publicação tradicional, tanto que não se preocupou em divulgar a sua história (ele nem sequer colocou o link no site dele!). Somente depois de muito feedback positivo de desconhecidos que descobriram Silo por acaso na Amazon (e do dinheiro das vendas começar a entrar) que ele viu o potencial que a história tinha.

Esse caso do autor de “Silo” é bastante peculiar, mas muitos autores escolhem a autopublicação com ambições maiores. Os autores que publicam de maneira independente, seja através de crowdfundings, publicação online ou impressão por demanda, veem no contato direto com blogs e sites especializados a porta de entrada para a vida dos seus leitores em potencial e investem MUITO na divulgação dos seus livros, já que em geral eles não têm a credibilidade nem os contatos de uma grande editora para alcançar os grandes meios de comunicação. Tanto lá fora quanto aqui no Brasil, os blogs literários são os principais parceiros dos autores independentes. São os blogs que vão gerar o boca-a-boca necessário para chamar a atenção de um agente ou de uma editora que queira trabalhar com aquele autor.


O autor independente e os blogs literários


O que muita gente não sabe, no entanto, é o custo real, tanto de dinheiro quanto de tempo, de se publicar um livro de maneira independente. É claro que você pode terminar de escrever sua história, colocar nos padrões da Amazon e mandar pro site direto, sem nenhuma preocupação, mas o seu trabalho com certeza não vai ter um feedback igual ao de alguém que se preocupou em revisar o texto, passar por leitores críticos (os famosos “betas”), definir uma diagramação e uma capa legais e revisar o texto mais umas duas vezes, só para garantir. Além disso, o “barato” da impressão por demanda (que não é tão barato assim) pode acabar saindo caro se você não conseguir uma rede de distribuição adequada. O André Vianco conseguiu colocar seus livros para vender em consignação nas grandes redes no início da carreira, mas fazer isso hoje em dia é quase impossível. E aí você fica com 50 mil caixas do seu livro empacadas em casa, sem conseguir fazê-lo chegar ao público.

Caixas não tão adoráveis como essas


A parte boa da publicação independente, além do contato mais direto com os leitores, é a liberdade criativa que o autor tem. Ele pode escrever o quanto quiser, criar a capa que quiser, colocar o preço no livro que quiser e escolher o formato que achar melhor para o seu livro. Se o estiver com vontade de lançar o livro através de capítulos postados semanalmente no Wattpad, ele pode. Se ele só tiver o desejo de que o leiam e queira distribuir o livro de graça na Amazon, ele pode. Se ele for um artista muito louco e quiser imprimir o livro em cartolina com uma capa em papel manteiga pintado com canetinha colorida e distribuir na porta das estações de metrô, adivinhem!, ele também pode. As editoras quase sempre vão pedir alguma modificação no seu texto, mesmo que elas tenham gostado do seu original e você já o tiver revisado mais vezes do que assistiu aos capítulos de “A Usurpadora”. Alguns autores que conseguem ofertas de editoras preferem não assinar contrato a “comprometer a integridade da obra” deles. Nesses casos, a autopublicação é, sem dúvida nenhuma, a melhor alternativa.



Portanto, se você está pensando em publicar seu livro, a melhor coisa a se fazer é SE INFORMAR! Converse com autores publicados de forma independente e da maneira tradicional, tente estudar um pouquinho sobre marketing, arrume algumas pessoas de confiança para ler seu livro e dar uma opinião sincera sobre eles, leia blogs literários, estude MUITO sobre o mercado editorial e, acima de tudo, ESCREVA O SEU LIVRO. Porque não adianta colocar o carro na frente dos bois e escrever o primeiro parágrafo já pensando em quem vai dirigir  a adaptação para o cinema :p

Consideração final: A minha opinião ainda não é a de um profissional da área, mas a de alguém tem muito interesse em conhecer tanto o mercado de livros nacional quanto o americano e, por isso, procura se informar com pessoas e sites sobre o que está acontecendo no mundo editorial.


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6 comentários :

  1. Gostei do post, tem muitas coisas que eu não sabia. Vejo a luta de tantos escritores enviando o livro para as editoras e todas falando não que decidem optar pela autopublicação, e é incrível que na autopublicação fazem muito sucesso, então fico pensando porque de muitas editoras não verem o potencial do livro.
    O que me dá mais medo é o plágio. Eu não conheço muito, e além de achar que meu livro ainda está bem cru, tenho medo de ser plagiada. Não sei sobre os registros autorais e tal. Mas é como você disse mesmo, temos que nos informar bem

    bjs

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    Respostas
    1. Jess, se o que te dá medo é o plágio, é só registrar o seu livro na Biblioteca Nacional. Eles tem alguns postos físicos e também fazem o registro por correio. Dá uma olhadinha no site deles que tem tudo bem explicado =)

      Que bom que você gostou do post!
      Beijos!

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  2. Excelente post. Não conhecia nada sobre a autopublicação e nem sabia que era possível fazê-lá. Acho que é uma boa oportunidade para quem já levou muitos não na cara e que ainda não desistiu do sonho, mas é ao mesmo tempo uma escolha muito arriscada.

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  3. texto muito interessante, que acho que vou passar para amiga minha que terminou agora de escrever um livro/conto e certeza precisa saber como publicar.

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  4. Eu jamais saberia que Silo havia sido uma auto publicação se não tivesse lido seu post. Acho super interessantes essas histórias de autores que publicam por si só e acabam fazendo sucesso. O mais legal é que ele postou sem interesse nenhum de divulgar e acabou se surpreendendo pelo sucesso que fez.
    Beijos.

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  5. Oi Ly,
    não sabia que o autor tinha publicado primeiro desta forma :O
    que bom que teve gente que descobriu ele né! hahahah
    acho que para quem está começando, é legal lançar na amazon, mas não um livro grande e completo, mas sim uma história pequena... as vezes acaba fazendo sucesso e faz com que os leitores indo atras de mais :D

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