#Semana Esther: Sobrevivendo um dia após o outro

23 de fevereiro de 2014
Entrevista por Raffa Fustagno

Para participar da #SemanaEsther convidamos a querida Vanilda Procópio, leitora da blogosfera literária, para nos conceder uma entrevista. Ela, muito gentilmente, aceitou!

Vanilda foi diagnosticada no final de 2012 com câncer de mama e a recomendação foi a mastectomia, ou seja, a retirada total da mama direita. Em fevereiro de 2013 ela realizou cirurgia e reconstrução da mama. Por ter sido diagnosticado bem no início, não foi necessária nem quimioterapia nem radioterapia, apenas tratamento hormonal que se estenderá por cinco anos.

Confira o que ela tem a dizer para nós!

"Tenho 42 anos, sou casada, tenho uma filha de cinco anos, sou administradora, tenho uma vida saudável, fazendo atividade física regularmente e faço exames preventivos todo ano. Em um desses exames fui diagnosticada com câncer de mama e a necessidade de mastectomia."

1- Quando você foi diagnosticada com a doença chegou em algum momento a perder a fé?

Vanilda: Mesmo após a confirmação do diagnóstico de câncer, jamais perdi a fé. Eu pensei: "vou fazer o que tiver que ser feito".


2- No livro que estamos falando essa semana, a menina infelizmente não resistiu a doença mas registrou o que passou em fotos e diários, você alguma vez pensou em fazer isso? Se sim, como o fez?

V: Não pensei em fazer nada nesse sentido, mas tenho uma filha com cinco anos e sempre pensei que queria que ela tivesse a melhor recordação de mim, como uma pessoa lutadora.


3- Quando livros são lançados com o tema ou quando há algum personagem que tem a doença na história - isso vale para os filmes também - como você se sente? Não se incomoda de assistí-los? Ou foge do tema?

V: Não me incomodo de ler ou assistir filmes que tratem sobre câncer, mas confesso que quando o paciente é uma criança/jovem, meu coração fica apertado porque penso que eles não têm a maturidade para entender e enfrentar todo o tratamento.

4- Pacientes que tem a doença sempre dizem que saem da luta ainda mais forte, você diria que isso lhe fez ver a vida de outra forma?

V: Essa é uma verdade absoluta. Às vezes temos a impressão de que somos eternos e que certas doenças só acontecem com os outros. Então, sim, eu passei a ver a vida de outra forma, entendendo que estamos sujeitos a tudo, então é importante dar valor ao que realmente importa. Todo o resto fica tão insignificante!

5- Qual foi a parte pior de seu tratamento e como recebeu a notícia de que estaria curada?

V: Para o tratamento em si eu estava preparada. Acho que o pior momento foi a aceitação do câncer e da necessidade de combatê-lo. Ainda não posso ser considerada curada, porque continuo em tratamento, mas segundo os médicos, as chances são muito grandes e eu me vejo como uma pessoa curada.

6- Se pudesse definir sua vida antes e depois da doença em uma só palavra qual você escolheria?

V: Transformação.

7- Para você livros como o de Esther , com histórias reais e fortes são importantes para os pacientes?

V: Cada pessoa encara as coisas de um jeito, então imagino que algumas pessoas podem se sentir deprimidas lendo histórias reais. Eu acho importante encarar tudo de frente, confiar na equipe médica e seguir em frente, então nessas histórias pode ter algo que ajude o paciente a escrever sua própria história.


Vanilda, agradecemos muito a sua participação. Foi super importante para nós aqui do blog, e estamos todos felizes com seus avanços e torcendo para o tratamento continuar sendo um sucesso! =)

V: Como já disse, é um prazer participar dessa semana especial e quem sabe ajudar alguém com o meu depoimento. E parabéns, Raffa, pelas perguntas tão pertinentes.


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8 comentários :

  1. E mais uma vez quero agradecer pelo lindo convite! Faço minhas as palavras de Esther: não queremos ser objeto de pena e muito menos ser vistos como "Coitadinhos". Somos sobreviventes, lutadores e enfrentamos o câncer como teríamos que enfrentar qualquer outro obstáculo que a vida coloca em nossa frente. O importante é ser feliz a cada dia, com o que se tem e com o que se pode ter. Família, amigos, os livros ... todos são parte importante desse processo e acima de tudo a fé em uma força maior que nos leva por caminhos que muitas vezes não conseguimos entender.

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  2. Estou adorando a #semanaesther, parabéns pela ideia! A minha vó participa de uma grupo chamado Estrela da Mama, acho que uma vez por mês todos do grupo se reúnem em uma casa de doação e desabafam sobre o câncer, inicialmente o grupo era formado apenas por mulheres com câncer de mama, mas hoje em dia participam até homens e jovens, tudo para dar apoio a essas mulheres. Acho uma iniciativa muito digna e muito bonita. A minha vó faz trabalhos de crochê e o dinheiro arrecadado ela doa para o grupo para depois serem convertidos em tratamentos, perucas e etc.

    Gostei muito do post, parabéns!

    Blog da Mylloka :*
    http://myllokasecret.blogspot.com.br/

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  3. Puxa, que depoimento lindo e lúcido! As perguntas foram claras e exatamente o que queremos saber.
    Van, sua atitude diante da doença é um grande diferencial, porque há grande diferença entre 'ter a doença' e 'estar doente'. Nessa hora, acreditar, confiar e lutar com fé é que vai levar ao sucesso. Mesmo com momentos de medo e tristeza, tão humanos que somos, a coragem para seguir acreditando é o que nos salva.
    Deus lhe abençoe e ilumine, Van. Um dia, lá na frente, vc vai perceber o quanto foi vitoriosa, forte e corajosa.

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  4. Eu fico imaginando o quanto a vida da gente se transforma depois de passar por algo assim na vida. Essa fase da Van, acompanhei meio de longe, sem muitas perguntas, porque a verdade é que ficamos sem ação quando descobrimos que alguem que conhecemos está em tratamento contra um cancer, e eu admirava a Van, sempre de bem com a vida no twitter, sempre muito confiante e serena, não sei se eu teria a mesma força, por isso admiro muito mais essa mulher por tudo que passou e por tudo que com certeza já venceu! Parabéns Raffa pela entrevista! Bjão pra voces! :)

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  5. Parabéns pela força e coragem, Vanilda!
    Que você continue sendo essa mulher forte! Deus abençoe sua linda família!

    E parabéns pela entrevista ;)

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  6. de forma alguma me deprimo com histórias reais, sejam de sofrimento, dor ou não aceitação. gosto de passar indiretamente pelas dores, pelo sentimento. lendo a entrevista de vanilda mais me orgulho de tê-la como amiga, hoje virtual, amanhã quem sabe real. parabéns pela força e pelo ensinamento, querida vanilda.

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  7. aaaah, que incrível *-*
    amei a entrevista, e fiquei super emocionada!
    fico pensando que deve ser difícil um a pessoa que está passando por esses problemas, ler livros com histórias assim... =/

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  8. linda entrevista, um exemplo de coragem e luta! Vanilda foi muito verdadeira em suas palavras. emocionada.

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