[Resenha] O Príncipe da Névoa - Carlos Ruiz Zafón

Título: O Príncipe da Névoa
Autor: Carlos Ruiz Zafón

Editora: Suma de Letras

Páginas: 184
Ano: 2013

Mais informações: Skoob

Sinopse: A nova casa dos Carver é cercada por mistério. Ela ainda respira o espírito de Jacob, filho dos ex-proprietários, que se afogou. As estranhas circunstâncias de sua morte só começam a se esclarecer com o aparecimento de um personagem do mal - o Príncipe da Névoa, capaz de conceder qualquer desejo de uma pessoa, a um alto preço.

Sou muito suspeita pra falar de qualquer coisa relacionada à Zafón, pois meu primeiro contato com ele foi com 'A Sombra do Vento' e posso falar que foi amor à primeira leitura, rsrs. Desde então, cada um de seus livros envolvem-me de maneira singular. Com 'O Príncipe da Névoa', não poderia ocorrer de maneira diferente, só que confesso que o livro me surpreendeu - positivamente, mais uma vez!

O Príncipe da Névoa foi o primeiro romance de Zafón, escrito para participar de um concurso de literatura juvenil. O autor afirma que teve "sorte" ao ganhar, mas o talento para a escrita já é bem perceptível em sua obra. O livro segue o gênero de suspense/terror, algo que acabo fugindo sempre, porque costuma não me agradar, falando honestamente. Só que com os livros dele é diferente: já nos primeiros capítulos estava envolvida no universo criado nesse novo lançamento da Suma de Letras.

Narrado em terceira pessoa, acompanhamos a família Carver em 'mudança de ares' devido à guerra, no ano de 1943. O foco é mais em Max, um garoto chegando já à adolescência. Ele possui duas irmãs, uma mais velha e outra mais nova, Alicia e Irina. A nova casa da família Carver, cujo pai é relojoeiro, localiza-se em um litoral, e logo no primeiro dia eles são apresentados à triste história da família Fleischmann. O casal que morava anteriormente lá desejava ardentemente um filho e finalmente a Sra. Fleischmann pôde dar a luz à Jacob. O problema é que com apenas 7 anos o garoto afogou-se de maneira inexplicável na praia e foi o fim para o a família.

A aura misteriosa circunda a casa, que possui uma espécie de bosque com estátuas circenses assustadoras, aos quais tiram o sono de Max e despertam sua curiosidade. Em suas investigações, Max acaba estabelecendo amizade com Roland, um morador local, que é neto do engenheiro responsável pela construção do farol no fim da praia. Além dos estranhos fenômenos acerca de sua casa, Max descobre também que 25 anos antes, um navio naufragou misteriosamente naquelas águas, próximas ao farol e o avô de Roland foi o único sobrevivente. Max, Irina e Roland se envolverão nessa trama, de forma à descobrir que existe mais ligação entre o farol, o naufrágio e a casa de praia do que eles imaginam!

Como eu disse, suspense não é meu foco. E eu já comentei uma vez que não gosto de circo (com exceção do circo de 'O Circo da Noite', mas isso é outra história). A figura do palhaço sempre me amedrontou, não sei exatamente o motivo, e por isso fiquei bastante impressionada com o livro, ainda mais que comecei a lê-lo à noite XD. De qualquer forma, o estilo narrativo que marca os demais romances de Zafón já está presente nesse seu primeiro livro publicado lá fora (1993). Sempre quando vou falar do autor para os amigos, ressalto o quanto a sua escrita quase beira ao poético. E fico feliz de saber que a tradução brasileira não deixa isso se perder.

O livro é super recomendado, e tem a pegada mais infantojuvenil. Os que já conhecem Zafón não ficarão frustrados, e quem ainda não teve o privilégio de ler alguma de suas obras, indico 'O Príncipe da Névoa' sem nem pensar duas vezes!