Sal - Maurice Gee

12 de junho de 2015




Oi pessoal!

Hoje venho falar com vocês sobre o novo livro de fantasia lançado pela Bertrand Brasil, Sal, primeiro volume da trilogia do Sal Profundo. Nesse mundo governado por um grupo tirano de pessoas, a população é escravizada para trabalhos forçados em Minas de Sal, mas uma dessas minas, onde nada de vivo cresce e os escravos entram e não são mais vistos, dizem que a morte lá reside. Essa mina é chamada de Sal Profundo, e é lá que os protagonistas têm que ir para salvar o mundo do caos total e impedir que a morte que mora nessa mina se espalhe pelo mundo .








Esse é um livro de fantasia que se vê pouco no Brasil, por assim dizer. A história se passa em um mundo tecno-medieval, ou seja, um mundo basicamente medieval mas com certas tecnologias extremamente avançadas para a época. (se alguém souber de outra nomenclatura para algo do tipo, me avisem, por favor.) A organização que comanda esse mundo é chamada de Companhia, e seus integrantes usam luvas de choque e armas de raios. Ao mesmo tempo, temos meio de transporte animal, estradas de terra, fazendas rústicas e todas outras "características medievais". Os personagens da história vivem o tempo todo essa dualidade que, por muitas vezes, nos faz imaginar em que época se passa essa narrativa. Porém, esse item dá um caráter único à história, que conta como elemento mágico unicamente os poderes mentais dos protagonistas e do povo da floresta.

A história gira em torno de dois jovens dotados de dons psíquicos que estão vivendo numa época de transição no mundo, onde a Companhia está acabando e uma guerra pelo poder se incia entre as facções que sobraram dessa organização. Hari, um jovem dos esgotos e pântanos, e Perola, filha de uma família influente na Companhia, foram resgatados e unidos por uma serva do povo Citadino chamada de Folha de Chá, que identifica seus dons mentais e os leva para sua cidade para ensiná-los sobre esse dom. 

Nesse meio tempo, Hari, que está na busca para salvar seu pai, acaba aceitando a ajuda do povo Citadino e vai salvá-lo no Sal Profundo, a mina que é tida por muitos como amaldiçoada e que ninguém nunca retornou ou sabe o que é minerado lá. Mas as aventuras dessa dupla acabam se mesclando com a busca de um novo poder na ausência da Companhia e o destino do mundo acaba nas mãos de Hari e Perola que, ao descobrir o segredo do Sal Profundo, terão que escolher entre enterrá-lo para sempre ou liberar seu horror na Terra.

Em análise à história, encontramos um conteúdo bem coeso e coerente sem muitas pontas soltas e um texto leve, com uma narração simples que deixa muito por conta da imaginação do leitor. Tendo em vista as histórias de fantasia, esse livro é fino e leve, o que estimula sua leitura, e os personagens são bem construídos. Hari e Perola ganham a simpatia do leitor com suas ingenuidades e amadurecimento mediante as dificuldades das suas vidas e o relacionamento dos dois, que inicialmente foi forçado pelas circunstâncias, se transforma e evolui em uma boa história. Os elementos fantásticos são bem pontuados na narrativa e muitas vezes ficam por conta da tecnologia "incompreensível" para os personagens mas cotidiana para o leitor, o que transforma a leitura numa imersão no ponto de vista de leigos que se deparam com forças desconhecidas que acabam sendo atribuídas à magia.

O trabalho editorial feito pela Bertrand foi muito bom. A capa ficou bonita, chamativa e coerente com a história descrita no livro e por mais que seja o volume 1 de uma trilogia, identificamos claramente na leitura um início, meio e fim. O único ponto negativo que posso ver nessa história é que por ser um livro fino e simples, alguma cenas ficaram rasas e com pouca ação. Por isso, dou 4 estrelas para essa história e espero que o próximo volume venha corrigir esse problema.


Título: Sal - Trilogia do Sal Profundo - Volume 1
Autor: Maurice Gee
Editora: Bertrand Brasil
N° de Páginas: 196

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2 comentários :

  1. Oi Carlos,

    Comentei com a Ly no twitter que acho que esse livro seria um steampunk (Trata-se de obras ambientadas no passado, no qual os paradigmas tecnológicos modernos ocorreram mais cedo do que na História real, vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Steampunk), mas posso estar enganada em comparar steampunk com o gênero de Sal e-e HAUEUAEAHUE
    Mas enfim, olha curti muito a primícia de Sal e já o inclui na minha lista de desejados mas fiquei receosa com o começo, meio e fim, podendo não me prender pra querer a continuação www.livroterapias.com

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    Respostas
    1. Oi Nathália, Obrigado pelo comentário.

      Olha eu até pensei em classificar como Steampunk, mas todos os livros que eu li desse gênero tem certos elementos que identificam esse universo. Algo como autômatos, alterações genéticas bizarras, zepelins e revolução industrial. Sabe aquele livro com cheiro de vapor e que pinga óleo de máquina, é mais ou menos isso que eu vejo como Steampunk.

      E o Sal é muito diferente disso, ele tem todas as características de uma literatura medieval fantástica só que eles colocaram no meio umas armas de raios. por isso que senti essa dificuldade de classifica-lo.

      Quando você terminar de ler o Sal me conta o que você achou, quem sabe você não me tira essa duvida!

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